O menos importante: a banda sonora do genérico parece uma má adaptação de uma coisa de Trevor Rabin. Como tudo, de há uma década para cá.
A Daniela Ruah vou deixar para o fim, por isso começo com os outros:
Chris O' Donnell: para a idade, está muito mal conservado, mas pelo menos já perdeu a gordura que lhe vi no filme Max Payne. Drogas ou alcoolismo no passado recente?
LL Cool J: era um rapper gordo que se tornou num actor musculado. Respeito por isso. Podia ser uma reencarnação careca do B.A. da A-Team, mas deram-lhe um cérebro.
Estes dois mandam na equipa, mas não se percebe quem manda no outro. Para um grupo de investigação da Marinha, vestem-se sempre de calças de ganga e sweaters meio justas. Não sei como é que a Marinha permite isto, mas enfim, é Los Angeles. E uma série.
Os dois comportam-se de forma simpática e informal e estão sempre a meter-se um com o outro. Cool J é mais bruto e Chris é mais brincalhão. Têm química.
O Centro de Operações é um velho casarão que nos habituámos a ver como propriedade de barões da droga colombianos. De dia tem alguns figurantes, de noite está vazio. Chris O'Donnel é um órfão que nem sequer sabe o primeiro nome e dorme lá num beliche. Como é que o NCIS aceita um quartel-general como este? Repito, é uma série.
A Chefa do NCIS é uma velha anã, a actriz Linda Hunt, Oscar Secundário por O Ano De Viver Perigosamente (1982), ao lado de Mel Gibson. Não parece ter a altura mínima para ser aceite na Marinha mas, repito, é uma série. Mais preocupada com a roupa que a equipa usa do que propriamente com as suas missões, é a Yoda lá do sítio. Velha, respeitada, sabedora. Carismática? Bem, já foi directora de um colégio e até pôs Schwarzenegger em sentido (Um Polícia no Jardim Escola). Em 2004, uma personagem muito parecida com Linda Hunt surgiu no filme Os Incríveis, da Pixar, a estilista de fatos de super-heróis. Curiosamente, o penteado de Hunt e o seu gosto por roupa piscam o olho a esse desenho animado, ainda que nem a voz ela tenha feito para Os Incríveis.
Um psicólogo, um perito em informática e um recruta. Os dois primeiros não fazem a barba e não se destacam em nada, o último é negro e por isso careca, mas é um franzino inexperiente sem nada de especial.
Chegamos à nossa querida tuga Daniela Ruah. Fala inglês com sotaque americano imaculado, é bonita e ainda há-de parecer a Marina Kanakaredes, quando tiver mais confiança em si própria. No primeiro episódio, contudo, falta-lhe pose e estilo. Caminha de cabeça baixa e os joelho parecem amarrados um ao outro, com os pés a saírem para os lados quando caminha. No segundo episódio já está um pouco melhor, no terceiro rula.
A série... O piloto é péssimo. A equipa não tem a menor coordenação e são a antítese do NCIS: Naval Criminal Investigative Service de que é um spin off (no quarto episódio, recorrem à Abby para análise de sangue projectado - blood splatter, o mesmo cargo que Dexter, mas Miami fica mais longe). A roupa, o porte, a flexibilidade dos actores, está tudo mal, e a realização e a história são péssimas. Não puxa mesmo nada. Chris O' Donnell parece ter saído de um camião do lixo com uma ressaca descomunal e LL Cool J caminha como se pertencesse a uma gang, a baloiçar tanto o tronco para os lados como se estivesse num barco (ao terceiro episódio criei a convicção de que ele tem uma perna mais curta do que a outra, porque o corpo afunda muito mais para o lado esquerdo quando ele anda). Os actores brancos primam por não fazer a barba, os negros (há dois) fazem a barba e o cabelo. Mas lá vão engrenando.
A história do 2º episódio é melhorzita e a do 3º e 4º estão bem esgalhadas. Não sei se tem futuro, mas tem 10 episódios. Falta-lhe o rigor da NCIS original e um Gibbs para manter a ordem (mas Mark Harmon é irrepetível), mas como série independente, lá se vai construindo. Mas precisa de uma montagem mais eficiente. Ou de mais câmaras.