A propósito do mercantilismo do Direito, que recentemente esteve em voga graças ao anúncio publicitário que apelidei de "Os Anjos de Rosário (e Associados)", a ideia secular da profissão do Advogado como elevada acima da comercial, a ponto de ser deontologicamente proibida a publicidade explícita a um escritório profissional, não estará já completamente desfasada desta realidade onde nada é alheio ao poder dos mercados, esses centros capitalistas que não só vendem produtos hortículas e pecuários mas bens imateriais, futuros, condicionados e até hectares na lua?
Compare-se com a Saúde, que não deveria compadecer-se de circunstâncias terrenas, porque curar o corpo eleva a alma (ou evita que esta se eleve definitivamente), mas a publicidade é permitida a todos os seus ramos, da urgente à estética, de clínicas a hospitais, de medicamentos a seguros. Porque é que a Advocacia é tão diferente da Medicina?
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