Sunday, March 16, 2014

Stallone, O Corajoso: Participação no Desafio 1 Tema, 3 Coordenadas, 1 Posição, do blog Caminho Largo


Jorge Teixeira, obrigado pelo convite e pela insistência, caso contrário só teria a mim para culpar pelo desperdício da oportunidade. 

Confesso que a minha primeira compreensão do desafio foi que teria de ser um realizador e três dos seus filmes, porque não me fazia muito sentido eleger um realizador que fosse o melhor num tema e depois escolhesse três filmes onde este estivesse ausente. É como se a medalha de ouro fosse atribuída a alguém na plateia e os três filmes que o encaravam do  pódio se questionassem sobre quem diabos era aquela criatura.

Nesta perspectiva, e tendo a Coragem por tema, o primeiro nome que se me aflorou foi precisamente o de Sylvester Stallone, homem que conquistou Hollywood com os punhos e a vontade de ser mais do que um mero carteirista de metro a implorar por uma chance de intimidar caixas-de-óculos como Woody Allen (Bananas, 1971). Sim, Woody Allen não achou o italo-americano duro o suficiente e mandou-o de volta à agência de casting, tendo Stallone de implorar pelo papel.

Mesmo depois de esclarecido em relação às regras do jogo, Sly continuava a acenar-me, pelo que sucumbi ao impulso e elegi-o sem pudor. As minhas escolhas, Rocky (1976), Cliffhanger (1993) e Rocky Balboa (2006) prendem-se com os momentos mais determinantes da sua carreira. À cabeça, a entrada triunfal como protagonista e guionista de um filme que alcançou três Óscares, incluindo Melhor Filme e Realizador. Stallone recusou vender o guião sem garantir que representaria o herói, ele que era, então, biscateiro e varredor de um cinema de bairro, com uma mulher e um filho a seu cargo. 

A segunda escolha prende-se com o seu primeiro renascer das cinzas. Depois de uma década na ribalta, Stallone parecia ter queimado todas as pontes. Mas, quando já não se dava nada por ele (Rocky V, Oscar e Pára Ou A Mamã Dispara), salta para a neve de T-shirt justa e derrota um grupo de terroristas sanguinários. A multidão, incrédula, aplaude e ele não perde tempo: Demolition Man, O Especialista, Judge Dredd, Assassinos. Antes de perder o embalo, já tinha feito uns quantos KOs.

A década de 2000 parecia enterrá-lo desde o início. Get Carter (2000) ainda o encontra em forma (apesar de levar uma surra de Mickey Rourke e de ter sido ignorado pela crítica), mas Driven, D-Tox, Avenging Angelo e Spy Kids 3-D foram pregos cada vez mais duros no seu caixão. Só que, pela terceira vez na sua carreira, Stallone cuspiu no rosto da morte e ressurgiu com Rocky Balboa, onde o personagem ostentava um discurso que era também do actor, sobre não estar ainda pronto para lançar a toalha. E não estava. A Rocky seguiu-se Rambo e a realização de que, se o público queria rever um velho belicoso, provavelmente ainda quereria mais rever um grupo deles. Expendables 1, 2, 3 à carga.



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