Tuesday, June 15, 2010

Cinco Para A Meia Noite E Meia


Começou a 3ª temporada do Cinco Para A Meia Noite e a Mena parecia vestida para as Marchas de Santo António. Quem é que lhe inventou aquele guarda-roupa? Já durante toda a 2ª temporada ela vestiu horrivelmente e ontem suplantou-se em mau. Aquela saia/calção (?) parecia ser um pano de cetim cosido à pressa como um saco de lavandaria...

Na 1ª temporada, a Mena era uma miúda bem disposta e decidida, com um programa que mostrava as costuras enquanto tentava encontrar a posição mais confortável. Ela usava All Stars e vestidos simples e era um amor vê-la a desmanchar-se com o que não funcionava e a dizer disparates. Eu sentia que tínhamos um sentido de humor semelhante e que adoraria fazê-la rir numa festa de amigos.

Ontem não tive pena nenhuma de desligar-lhe a TV na cara. Primeiro, o horário do programa deixou de ser compatível com o meu horário de trabalho e o sono leva preferência. Cinco Para a Meia-Noite a começar, por sistema, às 00:30 do dia seguinte, em dia útil, não é uma boa política da 2. Especialmente porque, de forma completamente despistada, para não dizer alienada, a Direcção de Programas insiste em encher chouriços com um episódio repetido da 2ª temporada do Dexter. Em vez de começar o Cinco às 23:35, após Câmara Clara, não, espetam um Dexter que ninguém quer ver. E ninguém quer ver porque deu recentemente pela primeira vez no mesmo canal e porque a Fox também o fez. É Dexter a mais, e ainda por cima repetido.

A Mena também deixou, há muito, de ser aquela que me cativou. Criou uma persona teatral, que usa despudoradamente, e que não tem a graça da verdadeira. Os textos não são seus e nota-se a tirania do teleponto. Isso aconteceu logo no início da 2ª temporada, talvez porque acharam que tinham maior responsabilidade e um formato mais elaborado. Criou um esquema de condução do programa, a representar uma apresentadora em vez de sê-lo. Para além da postura, também o guarda-roupa foi alterado. Numa ideia de requinte concebida em Alzheimer e concretizada com Parkinson, envolvem-na em padrões e modelos de qualidade dúbia, desequilibrada em cima de saltos cada vez mais altos que nada parecem ter a ver com a sua personalidade.

A Mena da 1ª temporada era ela própria, ainda não havia uma equipa a escrever-lhe as piadas e por isso, quando andava às aranhas, tinha-nos do seu lado, sentia-mo-la a aguentar um programa completamente desorganizado. Isso é que era giro, a forma adorável e querida com que ela se desenvencilhava de um formato que não chegara a passar da ideia básica e que ia sendo construído as you go along.

Bom, adeus Cinco Para A Meia Noite e Meia.


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