O primeiro episódio da série Elementary (CBS) deu-me vontade de escrever no meu livro. Só por isso, recomenda-se.
Para a restante audiência, é uma abordagem diferente ao mundo de Arthur Conan Doyle. A BBC modernizou o personagem do detective Sherlock Holmes em duas temporadas anuais de Sherlock, cada uma delas composta por três episódios de 90 minutos cada. Os episódios têm uma qualidade muito desigual, entre bons, medianos e francamente maus, mas o tratamento dos personagens não difere muito do original.
Elementary, pelo contrário, esforçou-se por baralhar. As principais alterações são o endereço, que foi alterado de Londres para Nova Iorque, o sexo e a etnia de Watson, que agora é uma asiática, e a condição física e mental do próprio Holmes.
A princípio, a mera presença acabada de Johnny Lee Miller, o menino bonito de Trainspotting e primeiro marido de Angelina Jolie, faz torcer o nariz, mas o actor transforma os defeitos em qualidades, precisamente por ser o oposto do esperado. Holmes continua a ser compulsivo e determinado, cheio de deduções processadas a mil à hora, mas esta versão acabou de sair de uma clínica de reabilitação por drogas e é dado a depravação sexual, falta de cuidado na higiene e na aparência e sem a coragem para se impor, a não ser quando fala mais depressa do que deveria.
Lucy Liu não é uma mera sidekick como Drª Holmes, sem ela o caso nem teria sido resolvido tão prontamente. o facto de ser mulher poderá, eventualmente, despertar algum romance. O que não quer dizer que o mesmo não pudesse ocorrer entre dois homens. Aidan Quinn é o chefe de departamento de investigação criminal de Nova Iorque e quase não teve de fazer nada, mas é sempre bom ver esse actor em acção.
A série já tem seis episódios gravados, venha o próximo.
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