É quase impossível recordar que este rato já foi uma montanha. Dr. House, misantropo e génio, diagonosticista extraordinaire, tinha por motto "toda a gente mente" e por isso evitava os pacientes, concentrando-se nos sintomas e colocando em campo a sua equipa. Comportavam-se como detectives: o paciente era a vítima e a sua missão era trazer a doença à justiça. Uma série que chegou com um bang e se esgota num ping.
As três primeiras seasons serão uma de duas coisas: as melhores ou as únicas que valem a pena. House tinha duas mulheres que o admiravam, mas que ele se esforçava por ignorar ou das quais fazia gato-sapato (a mesma atitude que tem para com o único amigo, Dr. Wilson). Eram elas a Dra. Cuddy (directora clínica do hospital, interpretada por Lisa Edelstein) e a Dra. Cameron (subalterna, interpretada por Jennifer Morrison), com lugar ainda para uma antiga paixão no final da season 1 (Sela Ward), que se prolonga pela 2. O primeiro vilão é rapidamente descartado (um milionário que quer mandar no hospital), mas na terceira é introduzido outro (o actor David Morse), um polícia que toma House de ponta. No final da season 3, House despede a equipa. Fechava-se um arco.
A
season 4 foi uma desilusão. House teve à sua mercê um grupo de inúteis candidatos à posição de nova equipa e despachou-os um a um, até sobrarem três. Destacou-se a mais lixada de entre as candidatas (Anne Dudek), mas não foi escolhida e ainda morreu num acidente de autocarro, depois de namorar em segredo com o Dr. Wilson. Alguém achou piada à actriz e renovaram-lhe os recibos verdes para fazer de alucinação na season 5. Se é isso o que acontece a quem exagera no Vicodin, quero dois e um copo de água, mas isso não salvou nenhuma das seasons. No fecho da season 4, House teve também uma alucinação com a Dra. Cuddy, que apareceu a dançar num varão vestida de menina de escola. Agradou a quem se questionava sobre o que haveria por baixo da bata, mas o efeito foi mesmo o de uma alucinação.
Quando me preparava para descartar a série, a season 5 trouxe o actor Michael Weston como detective privado, mas a boa nova só durou três episódios. David Shore, co-criador da série com Paul Attanasio, sonhou em fazer do personagem um spin off, mas não colou. Regressou como namorado de Cuddy, a meio da season 6.
Na season 7, House e Cuddy namoraram finalmente, mas o que todos ansiavam só durou meia temporada. O resto é palha, como palha se tem revelado mais de metade da season 8, que perdeu as Dras Cuddy (propuseram à actriz Edelstein um vencimento menor e ela agradeceu como se aceitasse) e 13 (ainda não falei deste membro da equipa, que foi um dos candidatos aceites na season 4, mas andou desaparecida durante 4/5 da season 7, porque a actriz Olivia Wilde foi cimentar uma carreira cinematográfica) e introduziu Odette Annable (em muitos círculos ainda conhecida pelo nome de solteira, Yustman) e Charlyne Yi. Podiam ser chamadas de A Bela e a Feia, mas não adianta. Nada fizeram por uma série já completamente desacreditada e com desfecho previsto.
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