knight Rider 2008

O episódio piloto é de uma pobreza terrível. 

Primeiro, o carro: o Ford Mustang Shelby é muito mais feio do que o Pontiac Trans Am. É compacto e a frente parece ter batido contra um muro, de tal modo é achatada. A luz vermelha que andava da esquerda para a direita no painel da grelha são agora duas luzes que mais parecem bigodes vermelhos, a disparar do centro para os extremos. As qualidades do carro? Basicamente, muda de cor. Para despistar os vilões, nem sequer tem ultravelocidade, apenas anda depressa. Não salta por cima de obstáculos, apenas os contorna. Quando o computador está desligado, nem sequer é à prova de bala. 

Val Kilmer é a nova voz do Kitt. Muito profissional e gay, não tem sentido de humor nem a interactividade que tinha o antigo, que era bem mais curioso. 

O novo Knight Rider tem ar de adolescente e nem metade do sex appeal do David Hasselhoff. Chamem-lhe canastrão se quiserem, mas não há dúvida de que foi o seu sorriso que manteve as audiências de 10 temporadas de Baywatch (na 11ª e última ele só entra no primeiro episódio; season conhecida como Baywatch Hawaii).

A história é ridícula. Um grupo de mercenários entra em casa do inventor do 1º Kitt, que agora está a trabalhar num segundo. É um rés do chão residencial, com um jardim na frente. Em dois computadores vulgares, está tecnologia avançada capaz de provocar guerras e cataclismos. Não, não é num laboratório secreto com vigilância pesada, já disse.

O cientista tem um ataque cardíaco e morre, mas a meio sabe-se que não era o cientista, mas um sósia igual a ele. Viviam juntos na mesma residência, mas os merenários não fizeram trabalho de casa suficiente para saberem isso. Idiotas. 

Há uma agente do FBI mulata, muito bonita, que faz surf e é lésbica. A menos que durma com outras mulheres sem ter sexo com elas. É uma hipótese. 

A filha do cientista é uma antiga namorada do novo Knight Rider, agora professora de nano-nanices em stanford. é bonita, mas demasiado magra e fala como quem tem qualquer coisa presa nos dentes. praticamente não sai do carro e não faz uma única coisa útil. Nem dentro do carro. 

David Hasselhoff aparece na cena final. Ele é o pai do novo Michael Knight. Sim, têm os dois o mesmo nome, mas o filho prefere ser Mike. 

Alguma coisa de jeito, afinal? A música. A banda sonora de Christopher Tyng. Claro que é um ripoff descarado dos ritmos criados por Trevor Rabin (ex-vocalista e guitarrista dos Yes e Asia) para o filme Gone In 60 Seconds, mas ainda assim é empolgante. Durante praticamente todo o filme.