Staying  Alive é um daqueles filmes muito mas muito maus, pelo qual eu não sou capaz  de evitar um certo carinho. 
Primeiro, é dos primeiros filmes que me  lembro de ver no cinema (descontando filmes infantis e o semi-infantil ET, um  ano antes) e nessa altura para mim o cinema era uma Caixa de Pandora, o que quer  que saísse de lá de dentro deixava-me os olhos brilhantes. 
Depois tinha  como pano de fundo a dança moderna e eu bebia todos aqueles movimentos  coordenados à Leroy Johnson (quem souber a quem me refiro terá a minha devoção  eterna). 
Fiquei tão apaixonado com a música do genérico do filme que  implorei semanas a fio aos meus pais que me dessem o single. Lembro-me que mo  compraram numa feira (algures num dos destinos dos nossos passeios de fim de  semana), já completamente desgastados com tanta insistência minha, e que a minha  mãe se espantou que o disco que eu queria não era com a canção dos Bee Gees  (olhei para a minha mãe com muito espanto e para os três tipos vestidos de  branco e lantejoulas da capa do disco que ela tinha na mão) mas com a canção  Far From Over, de um tal Frank Stallone. Claro que por essa altura eu  já não me lembrava nada da música, escutada apenas uma vez no filme e nunca  repetida, mas era aquela febre (de Sábado à Noite) de voltar a viver o filme  através da canção.
Revi o filme na década de 90, chegando a gravá-lo em  VHS da televisão, mas desgravando-o de seguida, achando que tinha sido  ludibriado, porque este filme era demasiado mau para ser verdade. 
Mas o  que bate forte na infância há-de bater forte para sempre, e voltei a rever o  filme este fim de semana. E pode a história ser uma porcaria, os bailados  terríveis e mal filmados, os diálogos serem do mais reles que alguma vez se  ouviu, John Travolta cuspir as suas frases como quem tem a mandíbula deslocada e  as duas belas donzelas (havia ali um curioso triângulo amoroso) não serem afinal  mais do que actrizes medianas que nunca se tornaram grandes, mas o filme vai ter  sempre um lugarzinho especial na minha memória. 
Googlei as  duas actrizes do filme e descobri que uma delas se tornou rainha da soap opera  General Hospital e a outra casou-se com o cantor Richard Marx (a da  foto). 
E já notaram as  cavas usadas pelo Travolta? Sim, são iguais às que Sylvester Stallone usou em  Rambo II, de 1985. Provavelmente são as mesmas, visto que Stallone é o  realizador deste filme e pode ter surripiado a peça de vestuário do guarda-roupa  do filme.
Rated #1 in Entertainment Weekly's Top 25 Worst Sequels  Ever Made (2006).
No comments:
Post a Comment